segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Resignação

25 de fevereiro de 2014

       Espera, ansiedade e incerteza foram palavras que me acompanharam de perto nessa jornada. A sensação de não saber ao certo o que acontecera no seu dia seguinte, expectativas internáveis me fizeram mais calma e me ensinaram o verdadeiro significado da palavra resignação. O que por vezes achei que fosse sinal de fraqueza ou fracasso hoje entendo que muitas vezes resignar-se é sinônimo de maturidade. Não resignar-se as coisas fúteis e injustas da vida, mas resignar-se a vontade de Deus na minha vida, aos sonhos dele para mim. "Eu abro mão dos meus sonhos para Deus sonhar em mim" essa frase fez parte dos meus dias e esteve presente na minha memória e no meu coração constantemente.
        Sem tempo marcado, sem caminho certo, sem planos concretos, foi assim que cheguei até aqui na Australia, e vou confessar que nunca imaginei ir num lugar literalmente tão longe! Mas tinha certeza que Deus decidiria por mim, e que iria cumprir em mim os seus planos, e foi nessa certeza que mesmo sem certeza de nada confiei e embarquei nessa loucura deliciosa.
         Calma! Com certeza esse tempo me fez mais calma, me ensinou a observar e esperar, olhar com os olhos da alma, com a calma de que não se desespera pois tem a certeza que ocorrera o melhor. 
        Silencio! Descobri que o silencio faz bem para alma. Calar-se o ouvir o que Deus está a me dizer, ouvir o que muitas vezes era tão clara a resposta que buscava. Logo eu que sempre tive medo do silencio, acho que por medo da solidão, e no silencio muitas vezes me sentir perto da solidão, hoje tenho uma admiração pelo silencio e tenho aprendido muito no silencia. Enxergar a beleza que não tem som.
          Tenho tentado cada dia aprender a ser melhor e a crescer... Tão difícil crescer!
            

Perth, WA.

          

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Tão forte e Tão perto.

22 de Fevereiro de 2014


    Não sei porque cargas d'água resolvi hoje assim meio que do nada escrever um blogger. Bem, era um plano antigo escreve para relatar todos os meus dias dessa aventura maluca que a uns 6 meses me enfiei, mas nunca comecei a escrever, acho que por medo da obrigação, por medo de não conseguir me expressar, ou quem saber por medo de enxergar com outros olhos o que só meu coração estava enxergando. Mas hoje como que do nada me deu um estalo e quando vi já estava eu aqui... Sinceramente pensando bem acho que a coragem para escrever veio com a sensação de que minha aventura esta acabando, ou melhor terminando uma fase para começar uma nova, por sentir esse "fim" "Tão perto e tão forte" fui impulsionada a escrever, acho que tive medo de esquecer, de ser traída pela minha memória e deixar escapar detalhes que agora estão tão vivos na minha mente. Tenho medo de não me lembrar com tanta clareza, não que eu ache realmente que irei esquecer de coisas, dias e momentos tão importantes e marcantes, mas por medo de lembrar de um jeito diferente, com sentimentos diferentes que de uma forma ou de outra mudarão as lembranças. Aprendi que coisas marcantes raramente são esquecidas, porém são lembradas de formas diferente dependendo do memento e da situação em que lembramos pois transmitimos nosso sentimento momentâneo para uma lembrança terminada. Por esse medo de não recordar com exato sentimento tudo que vivi resolvi escrever, sem pretensões e sem expectativa, simplesmente como registro pessoal.
     Me pego pensando se tudo isso passou rápido ou de vagar, e descubro que o tempo, Ah o Tempo! sempre arruma um jeito de nos enganar. O que em dias contados são poucos, em dias sentidos são uma eternidade, o que são meses passados, em meses vividos são uma vida e por isso hoje sinto a carga de ter vivido uma vida inteira em seis meses longe de casa, longe dos meus, longe do meu país.
      O começo foi complicado e difícil, com o tempo tudo se amenizou e passou a ser mais fácil, com muitos momentos de intensa felicidade e outros de extrema tristeza. Antes de tudo começar me disseram que eu iris viver como numa montanha russo, um sobe e desce louco, momentos altos e baixo mas todos intenso, e foi exatamente isso, mas isso é a assunto para um proximo texto. Bem, embora as dificuldades e o custem que veio as poucos sempre imaginei que a volta para casa seria aparte mais fácil dessa loucura toda. Que tola que fui! Pobre de mim, achando que haveria algum momento fácil nessa louca jornada! Engano total. A volta para casa também está, e será muito complicada. o sentimento nostálgico me pega todo instante, nada mais é algo simples, tudo é visto com olhe nostálgicos com sentimento doido e pesaroso. As ruas, as arvores, os milhares de pássaros desse lugar, o quarto, as pessoas, o Village... Tudo, nos seu mínimos detalhes eu vejo com ar de nostalgia.
      A felicidade e o sofrimento se misturam em mim de uma forma que nunca tinha sentido antes. As vezes paro e penso: se eu tivesse escolhido diferente, se nunca tivesse me arriscado a enfrentar essa aventura, ou loucura. seria tudo mais fácil? Não sei. E nunca saberei. Mas sei que se não tivesse escolhido viver isso não teria provado tantas coisas maravilhosas e não teria sido tão feliz. 






Agora está tudo "tão forte e tão perto" que poço sentir o cheiro de casa, mas também já posso sentir a falta que tudo isso me fará. Se eu me arrependo? NÃO. Nem por um minuto me arrependo de nada disso, pois sei que viver isso me fez alguém mais forte e melhor do que era. 

Perth, WA.